Trabalho de mapeamento de fornecedores da REDES/FIEPA vence desafios e projeta expansão de pequenos negócios e agricultura familiar no Pará

Trabalho de mapeamento de fornecedores da REDES/FIEPA vence desafios e projeta expansão de pequenos negócios e agricultura familiar no Pará

Destaque para a potencialidade dos fornecedores locais em atender  a indústria da mineração

Mais de R$ 1 milhão anuais. Esse foi o faturamento de uma cooperativa que participou do projeto-piloto chamado Prata da Casa, da Vale, no sudeste do Pará, em parceria com a REDES/FIEPA. O trabalho envolve mais de 30 cooperativas envolvidas no fornecimento de insumos para a indústria mineral e o comércio local.

O objetivo do programa de desenvolvimento de fornecedores da REDES é expandir os negócios e ainda o turismo; os resultados são promissores, como destaca o coordenador técnico da REDES/FIEPA, Alberto Anders. “Tivemos várias empresas com processo de aceleração muito bom, com elevação do nível de maturidade de seus negócios e que estão conseguindo conquistar mercado atendendo não só a empresa mineradora e as prestadoras de serviço, mas também o mercado local”, diz. Os empreendimentos de base comunitária estão ganhando investimentos ainda maiores devido ao fator ambiental, que conquista cada vez mais importância com a proximidade da COP30 em Belém.

Anders destaca que a apicultura é uma atividade importante e chave dentro dos negócios porque “é uma grande contribuição à natureza. Precisamos dela para que a atividade evolua. Outros produtores também vão receber a implantação da cultura orgânica, menos agressiva ao meio ambiente, valorizando a bioeconomia. Tudo isso está sendo disseminado no nosso trabalho de acompanhamento e monitoramento desses empreendimentos”.

O objetivo do trabalho de mapeamento dos empreendimentos é também oportunizar a esse público o acesso ao mercado não só com as mineradoras, mas com compras governamentais, setor público e privado e de outras empresas da localidade. E é no trabalho de mapeamento de fornecedores que tudo começa. “O mapeamento acabou sendo o pontapé para toda a cadeia de fornecedores do Estado do Pará que é onde a gente atua (…) A indústria e a gente (REDES) unidos nessa parceria percebemos que saber qual região de interesse, as demandas que podem ser atendidas, o levantamento e o diagnóstico ajudam a dar seguimento no que acabaria sendo demandado a um fornecedor de fora do Estado e de outra região”, revela a gerente de projetos da REDES/FIEPA, Rafaela Leoncy.

Entre os desafios listados dentro da cadeia de fornecedores no Pará estão inconsistências nos CNPJs ativos, que muitas vezes não correspondem à atividade real do fornecedor, além da própria logística do Pará, destaca Rafaela Leoncy. “As áreas mais afastadas geram problemáticas de acesso. O fornecedor precisa, além da eficiência no trabalho, ficar atento aos indicadores de ESG para se alinhar às práticas da grande indústria da mineração”.

A comunicação, perdas de prazos, gerenciamento de contatos, qualificação de fornecedores e a educação digital ainda são alguns gargalos dentro da cadeia de fornecedores do Pará. E o mapeamento da REDES tem feito diferença na superação desses obstáculos. A mudança de mentalidade é um trabalho constante. “Como dica de negócio, eu penso que todo empreendedor precisa estar preparado. Por menor que seja sua empresa, é preciso entender qual a sua missão, quais seus valores, seu propósito. A melhor inovação, o melhor ambiente, a melhor experiência para o cliente”, sugere o gerente de projetos REDES/FIEPA, Euripedes Amorim.

A REDES atende os fornecedores e os potenciais com vários eventos como workshops, palestras, rodadas de negócios, parcerias com entidades de classe e regularizações. “Muitas vezes não é uma grande empresa que vai ser a melhor, pode ser um pequeno negócio, num pequeno espaço, mas que ele esteja preparado para atender essas oportunidades que surgem no dia-a- dia”, continua Amorim. “Nosso papel é fazer a interlocução. Não entramos nas tratativas, mas na aproximação”, reforça.

Para os próximos anos, o Gestor Executivo da REDES, Marcel Souza, projeta avanços ainda maiores na potencialidade de fornecedores locais com o trabalho feito com os projetos da FIEPA. “Acredito que se o poder público conseguir andar na mesma velocidade que o setor privado ninguém segura o Pará e o Brasil. (…) Temos investimentos previstos, bons profissionais à disposição, excelentes fornecedores, tanto os que já são parceiros quanto os que querem fazer parte, é só juntar a engrenagem e é sucesso. Uma iniciativa da REDES como essa e no caso da cadeia da mineração não tem como não ter boas expectativas”.

Marcel destaca ainda que apostar nas caraterísticas do fornecedor local é fundamental. Há resiliência, força de vontade e conhecimento. “O fornecedor fora da capital (Pará) é herói. Enfrentar uma logística bastante precária e mesmo assim conseguir fazer bons negócios e parcerias crescentes é para aplaudir. Também temos muito a ensinar. Ser parceiro de uma indústria na Amazônia em locais remotos, não é para qualquer fornecedor. Os conhecimentos que temos aqui é para exportar para o Brasil e para mundo”, pontua.

Sobre a EXPOSIBRAM

Composta de multiatividades em um único período e local, a EXPOSIBRAM é realizada anualmente e conta com a participação das principais entidades relacionadas ao setor mineral. A feira internacional é a maior vitrine para geração de negócios. Já o congresso debate cenários e revela as tendências do segmento.